A água que atravessa nossas vidas!

Gladis Franck da Cunha

Roselice Parmegiani

INTRODUÇÃO

Neste capítulo vamos propor um projeto multidisciplinar para “descoberta” da água num sentido amplo que ultrapasse as ciências naturais e envolva as ciências humanas. Paulo Freire já destacou em sua obra que não se ensina nada a ninguém, no sentido de que não basta “dizer” um conteúdo, pois é preciso que os estudantes se envolvam ativamente com os objetos do conhecimento para a sua compreensão.

Nesse sentido, se quer aqui sugerir estratégias de aprendizagem ativa que permitam aos estudantes descobrirem a importância e os papéis desempenhados pela água, bem como as transformações que a vida humana acarreta para este insubstituível recurso natural.

A água que atravessa as nossas vidas, envolve conhecimento científico, políticas públicas, legislação ambiental, desenvolvimento econômico e social, postura ética, valores culturais e sociais. Desse modo, o conceito de feira de ciências, quando aplicado a água não deve se limitar à realização de experimentos de química, física ou biologia, pois pode envolver a elaboração de projetos em diferentes campos das ciências humanas, exatas e da natureza.

A água, fundamental para a vida se enquadra nos três campos da sustentabilidade: a sustentabilidade ambiental, a sustentabilidade econômica e a sustentabilidade social. O conhecimento sobre a água é transversal por natureza e pode ser um tema gerador para a feira de ciências de uma escola inteira, incluindo todos os anos finais do Ensino Fundamental em todas as disciplinas trabalhadas, podendo inclusive se estender ao Ensino Médio.

A ideia central é que o ciclo da água atravessa a vida humana, ou seja, a água chega até nós, nos constitui enquanto corpo, é usada para muitas das nossas atividades cotidianas de alimentação, higiene pessoal e doméstica, depois segue seu curso carregando as marcas das nossas ações sobre ela. Sem aplicarmos o conceito de sustentabilidade, as preocupações humanas têm sido em relação a água que chega para nosso consumo, sem muita responsabilidade em relação a água que entregamos para o ambiente, após o seu uso.

Como foi destacado na introdução deste livro, as soluções sustentáveis não são universais nem isentas de problemas. Resta então, desenvolver com os estudantes do Ensino Fundamental o pensamento crítico e científico para propor soluções aos problemas locais de acordo com as suas caraterísticas ambientais e sociais. Para tanto é preciso conhecer a fundo o ambiente em que vivemos, cabendo ao professor fazer as perguntas que levarão os estudantes às descobertas.

OBJETIVOS

·         Estabelecer um ambiente de aprendizagem, que rompa as relações de poder construídas no cotidiano da sala de aula e torne professores e estudantes parceiros na avaliação e construção de conhecimentos sobre a água.

·         Promover a ocorrência de uma aprendizagem significativa e a alfabetização científica e tecnológica de estudantes de Ensino Fundamental, no contexto de Feira de Ciências sobre Sustentabilidade.

·         Contribuir para a compreensão da sustentabilidade ambiental, com relação ao uso consciente da água, promovendo, por meio de trabalho colaborativo entre os estudantes, a mudança de atitudes com relação à preservação dos recursos hídricos.

 

METODOLOGIA

A estratégia para ação docente sugerida aqui é uma sequência didática estruturada em sete passos ou etapas a partir do modelo proposto por Santos (2003), que permite a proposição de problemas, cuja solução demandará o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação.

Etapa 1: O sentir – toda aprendizagem parte de um significado contextual e emocional.

A sensibilização ou despertar da curiosidade dos estudantes pode partir de questões intrigantes. Abaixo são apresentadas sugestões de questões para o Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano).

Etapa 2. O perceber – após contextualizar o estudante precisa ser levado a perceber as características específicas do que está sendo estudado.

Para o desenvolvimento desta etapa foi selecionada uma das questões em cada ano e sugeridas estratégias de abordagem didático-pedagógica.

Etapa 3. O compreender – é quando se dá a construção do conceito, o que garante a possibilidade de utilização do conhecimento em diversos contextos.

Nesta etapa, podem ser propostas novas questões e realização de experimentos.

Etapa 4. O definir – significa esclarecer um conceito. O estudante deve definir com suas palavras, de forma que o conceito lhe seja claro.

Os estudantes podem desenvolver vários instrumentos que os levem a definir com clareza os conceitos compreendidos. Tais instrumentos podem envolver a elaboração de gráficos, tabelas, fotografias, etc.

Etapa 5. O argumentar – após definir, o estudante precisa relacionar logicamente vários conceitos e isso ocorre através do texto falado, escrito, verbal e não verbal.

Etapa 6. O discutir – nesse passo, o estudante deve formular uma cadeia de raciocínio através da argumentação.

Nesta etapa são elaborados os projetos para a Feira de Ciências.

Etapa 7. O transformar – o sétimo e último passo da (re)construção do conhecimento é a transformação. O fim último da aprendizagem é a intervenção na realidade. Sem esse propósito, qualquer aprendizagem é inócua.

Esta etapa se dá na apresentação dos trabalhos desenvolvidos em uma Feira de Ciências.

SUGESTÕES PARA CADA ANO

SEXTO ANO:

Etapa 1: Perguntas para o sexto ano:

De onde vem a água que chega para nossas casas? O que significa água potável? Como se pode armazenar a água? Por que substituir água de torneira por água mineral pode ser um problema? Quais as diferenças entre as águas minerais? Onde são encontradas fontes naturais de água na minha cidade? Como sai a água da sua casa? De que forma as pessoas podem poluir a água? Como evitar isso? Como se mede a água das chuvas? Como se mede a umidade do ar? Quantos litros de água são gastos em atividades cotidianas? O que é possível fazer numa residência para economizar água? O que é possível fazer para devolver uma água de boa qualidade ao ambiente? Como é possível fazer uma campanha para sustentabilidade da água, usando TICs? Que informações há na conta de água?

Etapa 2: Quantos litros de água são gastos em atividades cotidianas?

O professor lançará esta pergunta à classe e abrirá uma discussão acerca dos usos da água no dia-a-dia das famílias. Depois, convidará os estudantes a fazerem uma pesquisa sobre a quantidade de água que cada um gasta diariamente para suas próprias necessidades: lavar o rosto, escovar os dentes, tomar banho, dar a descarga do banheiro, etc. Para isso, reunirá a turma em grupos de quatro e solicitará que cada grupo estabeleça um plano de ação que permita com que eles realizem a pesquisa.

Etapa 3: Contextualização e aprofundamento dos Planos de ação

Nesta etapa os grupos explicarão para a classe a forma como pensaram em realizar a tarefa e o professor fará alguns questionamentos a fim de auxiliar os estudantes a detalhar melhor seus planos de ação.

- Como medir a água gasta para lavar o rosto? E para escovar os dentes? E para lavar as mãos?

- Quanto tempo vocês demoram para tomar banho? Como saber quanta água cada um gasta no banho?

- Quanta vezes cada um de vocês dá a descarga do banheiro em um dia, em média? Como saber quanta água é gasta em cada descarga?

- Quanta água cada um bebe por dia?

- Quais são as unidades de medida de capacidade? Qual é a unidade padrão de capacidade?

Depois, é hora de falar sobre as medidas de capacidade, especialmente litro e mililitro. O professor explicará que a unidade padrão de medidas de capacidade é o litro e que o mililitro é a milésima parte do litro. É possível fazer uma comparação com o metro, relembrando que 1 metro tem 10 dm, 100 cm e 1000 mm e, pensando da mesma forma, chega-se à conclusão que 1 litro tem 10 dl, 100 cl e 1000 ml.

Com um copo medidor com capacidade para 1 litro, água e diferentes recipientes (copinho de café, copo para água, garrafa de água, etc.) a turma poderá descobrir a capacidade dos recipientes e fazer transformações de unidades.

Com o entendimento das medidas de capacidade, é hora de “colocar a mão na massa” e monitorar o consumo de água para as próprias necessidades em um dia. Para determinar a água gasta no banho, por exemplo, pode-se colocar uma bacia sob o chuveiro e medir a quantidade de água que sai dele em um minuto.  Se o banho demorar 10 minutos, basta multiplicar por 10 a quantidade de água medida na bacia. De forma semelhante é possível saber quanta água é gasta para lavar o rosto, escovar os dentes, lavar as mãos, etc. Uma rápida pesquisa na internet revelará quanta água é liberada, em média, da descarga do banheiro. Essa informação permitirá aos alunos descobrirem a quantidade de água gasta para esta finalidade em um dia.

Para agregar outras disciplinas pode-se elaborar um pluviômetro e medir a quantidade de água de chuva ao longo de três meses. Estes dados podem ser utilizados para elaborar gráficos de pluviosidade e para comparar com dados oficiais.

Sobre captação da água da chuva pode-se questionar: Quais as dimensões dos equipamentos necessários para coleta e armazenamento? Qual a viabilidade em função do regime de chuvas? Quanto tempo a água coletada ficará armazenada? Qual o custo de instalação dos equipamentos? O investimento em materiais tem retorno financeiro? Qual o ganho ambiental?

Etapa 4: Esclarecendo os conceitos:

Após as pesquisas e realização dos experimentos, cada grupo deverá elaborar um gráfico que mostrará o consumo individual de água de cada componente e os resultados serão mostrados à classe. A partir dos resultados, os grupos deverão pensar em formas de reduzir este consumo e elaborar ações para serem colocadas em prática.

Em um segundo momento, os estudantes repetirão a pesquisa fazendo as devidas intervenções para reduzir o consumo individual de água. Um novo gráfico de barras (ou colunas) compostas mostrará os resultados do grupo para a turma toda.

Etapa 5. O argumentar – após definir, o estudante precisa relacionar logicamente vários conceitos e isso ocorre através do texto falado, escrito, verbal e não verbal.

Cada grupo irá escrever um texto sobre os experimentos realizados e os resultados encontrados.

Etapa 6. O discutir – nesse passo, o estudante deve formular uma cadeia de raciocínio através da argumentação.

De posse dos dados coletados ao longo destas atividades é possível desenvolver, para a feira de ciências projetos de redução de consumo, bem como de captação, armazenamento, tratamento e utilização da água da chuva. Ao longo da elaboração dos projetos o professor deve ir questionando os alunos sobre pontos relevantes a serem considerados em cada projeto, levando-os a pesquisarem mais sobre eles.

Por exemplo: Que materiais seriam utilizados em uma campanha de conscientização? Quais são as melhores fontes para escrever os textos? Quais as melhores cores? Que imagens seriam interessantes para sensibilizar os leitores? Como serão divulgados estes textos e imagens da campanha: panfletos, vídeos, mídias sociais, sites?

Etapa 7.Transformação: (re) construção do conhecimento e intervenção na realidade.

Apresentação dos trabalhos desenvolvidos na Feira de Ciências.

SÉTIMO ANO

Etapa 1: Perguntas para o sétimo ano:

Observação: para cada uma das questões abaixo se deve acrescentar a questão: como se pode resolver este problema?

Quantos litros de água são gastos para produção de um litro de refrigerante, armazenado em embalagem PET? Quanta água é necessária para produção de alimentos de origem vegetal? Quanta água é necessária para produção de alimentos de origem animal? Como o desperdício de alimentos afeta a sustentabilidade da água? De que formas a água é usada no tratamento de doenças humanas (chás, xaropes, banhos)? De que formas o descarte indevido de embalagens pode poluir os recursos hídricos e afetar a saúde humana? O que se paga na conta de água? O que a legislação prevê que os proprietários de terras façam para preservação de fontes, córregos ou riachos? Qual é a importância da mata ciliar? Quais são espécies ideais para a reconstituição da mata ciliar? Como plantas aquáticas podem ser usadas para purificação da água? Como peixes podem ser usados para a purificação da água? De onde vêm as chuvas? Qual o papel das matas no ciclo da água? Por que se forma a cerração? Quantos tipos de nuvens existem e o que cada uma delas nos revela? Como as atividades humanas afetam a qualidade da chuva? Como a distribuição da água afeta os biomas terrestres? Qual é o deserto mais seco da Terra? Como vivem seres humanos, animais e plantas nos desertos? Como se pode obter água em diferentes condições climáticas? Como se deve preparar a água antes da colocação de peixes em um aquário?

Etapa 2: Qual a qualidade da água que bebemos?

O professor lançará para a turma a pergunta “Qual a qualidade da água que bebemos?” para iniciar uma discussão ampla sobre a questão propriamente dita e sobre a água que abastece a cidade. Outros questionamentos podem ser feitos, tais como:

- De onde vem a água que chega às nossas casas?

- Qual o principal manancial que abastece a cidade?

- Onde ele se situa? Qual a capacidade do(s) manancial(is) da cidade?

- Qual a água que abastece as zonas rurais da cidade?

- Que tipo de água você e sua família bebem? Você acha que essa água é de qualidade?

Após, os alunos realizam uma pesquisa para descobrir de onde vem a água que abastece a cidade.

Etapa 3: Contextualização e aprofundamento das pesquisas

Nesta atividade podem ser elaborados mapas com coordenadas de GPS. Também pode ser produzido um registro fotográfico e descritivo das condições do reservatório, indicando se o mesmo atende a legislação ambiental. Também pode ser realizado um levantamento de fontes alternativas como poços, fontes naturais, poços artesianos.

Uma pesquisa histórica pode revelar como era esta distribuição de água no passado.

Etapa 4: Esclarecendo os conceitos:

A partir dos dados sobre a origem da água que abastece a cidade, podem ser elaborados mapas com coordenadas de GPS. Também pode ser produzido um registro fotográfico e descritivo das condições do reservatório, indicando se o mesmo atende a legislação ambiental.

Para complementar as informações pode ser realizado um levantamento de fontes alternativas como poços, fontes naturais, poços artesianos.

A ideia aqui será aprofundar e esclarecer o conceito de fontes de água potável e a legislação pertinente.

 

Etapa 5. O argumentar – após definir, o estudante precisa relacionar logicamente vários conceitos e isso ocorre através do texto falado, escrito, verbal e não verbal.

Num segundo momento, a turma elaborará um questionário para ser aplicado a familiares e amigos com vistas a descobrir o conhecimento das pessoas acerca dos assuntos discutidos em aula. Serão formados quartetos de trabalho e cada quarteto deverá aplicar o questionário a 40 pessoas (10 questionários por aluno). Segue, abaixo, um exemplo de questionário:

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA:

Idade:                          Sexo: () Feminino  () Masculino 

 

1. Qual sua escolaridade

() Ensino Fundamental incompleto

() Ensino Fundamental completo

() Ensino Médio incompleto

() Ensino Médio completo

() Ensino Superior Incompleto

() Ensino Superior completo

 

2. Você sabe de onde vem a água que chega à sua casa?  Sim: () De onde? ................................................ Não ()

 

3.  Qual o tipo de água que você bebe?

() água de poço

() água da torneira

() água filtrada

() água engarrafada

 

4. Você acha que a água que sai da torneira de sua casa é segura para beber? Sim: ()  Não ()

 

5. Você sabe onde fica a estação de tratamento da água de nossa cidade? Sim: ()  Não ()

Etapa 6. O discutir – nesse passo, o estudante deve formular uma cadeia de raciocínio através da argumentação.

Após a aplicação dos questionários, cada grupo fará a tabulação dos dados e o tratamento dos dados envolverá gráficos e cálculos diversos (média e porcentagens).

Os resultados finais das pesquisas realizadas podem servir de base para elaboração do trabalho da Feira de Ciências.

 

Etapa 7. Transformação: (re) construção do conhecimento e intervenção na realidade.

Apresentação dos trabalhos desenvolvidos na Feira de Ciências.

OITAVO ANO

Etapa 1: Perguntas para o oitavo ano:

Como o citoplasma das células se torna um gel? Quais misturas podem formar géis ou gelatinas? Como sabões e detergentes afetam as propriedades da água? Como se pode conservar alimentos sem refrigeração? Qual o papel da água na manutenção da estrutura celular? Como funcionam os diferentes tipos de desinfetantes? Quantos litros de água se deve beber por dia? Qual o papel da água no sistema excretor humano? O que é e como a umidade relativa do ar afeta a saúde humana? Como a umidade das casas podem prejudicar a saúde humana? Que relações diferentes culturas têm com a água? Como estão os rios e/ou lagos da cidade? Quais caminhos a água que sai das nossas casas percorrem para chegar ao mar? Quais cidades afetam nossa água e quais cidades são afetadas por nós?  Como a água é usada no preparo de alimentos? Como a água é usada no preparo de medicamentos? Como atividades agrícolas podem prejudicar a saúde humana através da água? Como atividades de pecuária podem prejudicar a saúde humana através da água?  Como atividades de mineração podem prejudicar a saúde humana através da água? Como se pode utilizar invertebrados para identificar a qualidade da água? Como se pode tornar uma água potável?

Etapa 2. Como estão os rios e/ou lagos da cidade?

- Você sabe de onde vem a água que abastece nossa cidade?

Com este questionamento, o professor inicia um projeto de trabalho que visa buscar maiores informações sobre a origem da água que chega às casas dos estudantes e, também, sobre a situação em que se encontra a barragem de São Miguel que abastece a cidade.

Inicialmente os estudantes buscarão todas as informações possíveis através de entrevistas e pesquisa bibliográfica e apresentarão, em aula, os resultados encontrados.

Etapa 3. O compreender – é quando se dá a construção do conceito, o que garante a possibilidade de utilização do conhecimento em diversos contextos.

Nesta etapa, os estudantes farão uma visita à barragem para observar as condições do entorno e da água da barragem.

Num segundo momento, com o auxílio do google maps, estimarão a área da barragem utilizando conhecimentos sobre figuras planas, área das figuras planas e cálculos diversos.

Por meio de experimentos químicos poderá ser analisado o pH da água, comparando-se diferentes fontes, bem como diferentes períodos de coleta da água. A água também pode ser encaminhada para testes bacteriológicos, comparando-se diferentes fontes. Recipientes com diferentes tipos de água podem ser armazenados por 15 dias em diferentes condições ambientais, a fim de serem comparadas as características como pH, cor e cheiro, verificando-se as mudanças ocorridas entre o momento da coleta e após a armazenagem. Os mesmos experimentos podem envolver diferentes tipos de potes: vidro, PVC, PET, cerâmica, barro, metal, etc., comparando-se os resultados obtidos.

Etapa 4. O definir – significa esclarecer um conceito. O estudante deve definir com suas palavras, de forma que o conceito lhe seja claro.

Nesta etapa, os estudantes deverão sugerir quantos litros de água as pessoas devem beber por dia para terem uma melhor saúde. Para isso deverão obter dados a partir de vários instrumentos como: entrevistas com especialistas da área de nutrição com diferentes linhas de abordagem, leitura de artigos científicos, livros ou textos de internet de fontes confiáveis. Após, podem ser realizadas as medidas de massa dos integrantes do grupo de trabalho e/ou familiares, indicando quantos litros cada um deveria consumir por dia, considerando também a faixa etária e atividades físicas.

A apresentação destes dados se dará de forma oral para os colegas de turma.

Etapa 5. O argumentar – após definir, o estudante precisa relacionar logicamente vários conceitos e isso ocorre através do texto falado, escrito, verbal e não verbal.

Para esta etapa, os estudantes elaborarão um relatório sobre todas as etapas do trabalho.

Etapa 6. O discutir – nesse passo, o estudante deve formular uma cadeia de raciocínio através da argumentação.

Nesta etapa são elaborados os projetos para a Feira de Ciências, para qual os mapas, gráficos, fotos, resultados dos experimentos podem ser apresentados na forma de pôsteres informativos. Também é possível pesquisar e propor diferentes tipos de filtros e tratamentos para tornar a água potável. Bem como podem ser pesquisadas e propostas estratégias de implementação de reservatórios domésticos, bem como estratégias para manutenção da água armazenada.

Etapa 7. Transformação: (re) construção do conhecimento e intervenção na realidade.

Esta etapa se dá na apresentação dos trabalhos desenvolvidos na Feira de Ciências.

 

NONO ANO:   

Etapa 1: Perguntas para o nono ano:

Como as propriedades física da água afetam as atividades das células e tecidos? Como a água afeta o clima? Como a água é usada pelo organismo para controle da sua temperatura? Por que o gelo boia? Como submarinos e peixes mudam sua profundidade na água? Para que serve a água do radiador? Como funciona a osmose? Quais as relações entre pressão e osmose? Por que as células vegetais não “explodem” quando colocadas em soluções hipotônicas? O que é a água de solvatação? Como se formam as soluções aquosas? Como a água é usada numa hidrelétrica? Carros movidos a água seriam uma opção sustentável? Como a água pode ser usada na indústria? Como é possível tratar o esgoto residencial? Como é possível extrair água potável do mar? Como é possível aquecer a água sem energia elétrica? Quais materiais podem ser utilizados para armazenar água? Como é possível reutilizar a água em uma casa? Que tecnologias podem ser usadas para descontaminar a água? Que estratégias podem ser usadas na sua cidade para sustentabilidade ambiental da água? Como podemos ser éticos em relação ao uso da água? Quanto se paga pela água? Quais são as características químicas da água que consumimos em nossa cidade? Quais princípios físicos são empregados no sistema de distribuição da água? Como deve ser a manutenção de reservatórios de água? Como o degelo pode afetar o clima da Terra?

Etapa 2. Como é possível tratar o esgoto residencial? Construindo uma estação de tratamento de esgoto

Inicialmente o professor conversa com a turma sobre o esgoto, como ele é formado, para onde vai a água que sai pelos ralos das pias, tanques e chuveiros, para onde vão os dejetos do vaso sanitário. Em seguida, os alunos assistirão a um vídeo que mostra os problemas causados pelo esgoto não tratado e que é jogado nos mares, rios e represas e discutirão a respeito do mesmo.

Depois, uma tabela tal como a que segue abaixo, é mostrada para a turma a fim de que tenham conhecimento sobre a quantidade de efluentes domésticos gerados, em média por pessoa.

Estimativas de efluentes domésticos por fonte/pessoa/dia

Casas populares ou rurais

150 L/pessoa/dia

Residenciais e apartamentos

200L/pessoa/dia

Hospitais

250L/pessoa/dia

Edifícios comerciais e/ou escritórios)

50L/pessoa/dia

Restaurantes e/ou similares

25L/pessoa/dia

Fonte de consulta: http://www.cprh.pe.gov.br

A partir dos resultados da tabela pode-se iniciar uma conversa sobre medidas de volume e capacidade. Qual a relação existente entre essas medidas? Se em uma cidade como São Paulo são coletados mais de 600 milhões de metros cúbicos de esgoto por ano, quantos litros de esgoto esse número representa?

Etapa 3. O compreender – é quando se dá a construção do conceito, o que garante a possibilidade de utilização do conhecimento em diversos contextos.

Para dar conta da relação entre unidades de medidas de capacidade e volume pode-se propor um experimento que consiste em confeccionar uma caixa cúbica de 1 dm (10 cm) de lado com caixas de leite. Para isso, basta reunir a turma em grupos de quatro e solicitar que cada grupo providencie duas caixas de leite. As caixas (limpas e secas), devem ser abertas e, de cada uma delas, deve-se cortar uma tira de 30 cm x 10 cm e traçar retas a cada 10 cm de largura, tal como mostra a figura. Depois, é só vincar sobre as retas traçadas e fechar a caixa utilizando fita adesiva larga.

 

 

Com a caixa montada, cada grupo despejará água na mesma e, com um copo medidor, verificará que aproximadamente 1 L de água cabe na caixa. Assim, os alunos concluirão que 1 dm3 equivale a 1 L. Algumas situações problema envolvendo transformações de unidades podem ser propostas.

Na sequência, o professor mostrará à turma um vídeo sobre como tratar o esgoto doméstico e proporá a construção de uma miniestação de tratamento de esgoto doméstico. Esta estação poderá ser feita com mangueiras, vasilhames plásticos e outros elementos que as turmas descobrirão por meio de pesquisas.

Sugestão de vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=XpaB4EWvgns

 

Para complementar pode-se investigar a legislação urbana sobre fossas sépticas e seu dimensionamento. Uma visita a uma incorporadora e condomínio em implantação pode identificar os equipamentos de saneamento obrigatórios, dimensionamento e localização das estações de tratamento. Também pode ser pesquisada a legislação referente ao tratamento do “esgoto” de origem animal como pocilgas, estábulos, galinheiros, etc.

Etapa 4. O definir – significa esclarecer um conceito. O estudante deve definir com suas palavras, de forma que o conceito lhe seja claro.

Nesta etapa os estudantes organizados em grupos podem ampliar a busca de informações sobre esgotos em diferentes ambientes. Cada grupo será instigado a buscar informações sobre um dos temas exemplificados a seguir:

1-        Por exemplo, será intrigante descobrir como são tratados os esgotos de navios, aviões, ônibus, banheiros químicos, etc.  

2-      Em especial, como é o “esgoto” da estação espacial da Terra (ISS – International Space station).

3-      Como são os banheiros e pode ser “obtida” água na ISS?

4-      Também pode ser investigado qual é a legislação sobre esgotos industriais. Que tipo de tratamento deve uma indústria fazer, de acordo com suas características de uso da água.

5-      Outra pesquisa interessante é descobrir como a utilização de determinados medicamentos pode afetar a qualidade da água, através da urina.

Etapa 5. O argumentar – após definir, o estudante precisa relacionar logicamente vários conceitos e isso ocorre através do texto falado, escrito, verbal e não verbal.

Nesta etapa os estudantes podem relatar para os colegas os resultados de suas buscas sobre os respectivos temas da etapa 4, utilizando o recurso de apresentação para projetor multimídia, ou pela montagem de um “jornal mural”, entre outros.

Etapa 6. O discutir – nesse passo, o estudante deve formular uma cadeia de raciocínio através da argumentação.

Nesta etapa são elaborados os projetos para a Feira de Ciências. Como projeto podem ser elaboradas propostas de compostagem para detritos animais, para produção de adubo e/ou biogás, bem como outras soluções sustentáveis para diferentes tipos de esgotos.

Etapa 7. Transformação: (re) construção do conhecimento e intervenção na realidade.

Esta etapa se dá na apresentação dos trabalhos desenvolvidos na Feira de Ciências.