SUSTENTABILIDADE DO CORPO

 

Ricardo Rodrigo Rech

Mauro Amancio da Silva

 

INTRODUÇÃO

 

            Neste capítulo encontraremos 3 assuntos de extrema importância:

-          Obesidade infantil, que vem aumentando de maneira epidêmica na população de escolares;

-          Imagem corporal, que diz a respeito a como as nossas crianças veem a imagem de seus corpos, e está diretamente relacionada com a autoestima;

-          Exercícios físicos, que são fundamentais para a manutenção de um estilo de vida saudável.

 

OBJETIVOS

 

            Os objetivos deste capítulo são apresentar ao professor estratégias para avaliação da obesidade e insatisfação com a imagem corporal em estudantes, bem como, enfatizar a importância da prática de exercícios físicos para uma vida saudável. Também serão apresentadas informações conceituais e de prevalência destas 3 temáticas.

 

REFERENCIAL TEÓRICO

 

Obesidade Infantil   

 

            A obesidade pode ser definida como excesso de gordura corporal e o sobrepeso como o peso corporal que excede o normal, ou padrão, para determinado indivíduo (WILMORE, COSTILL e KENNEY, 2010; KAC, SICHIERI e GIGANTE, 2007). Podemos dizer que os indivíduos com obesidade ou sobrepeso apresentam excesso de peso corporal, e este, pode trazer prejuízos a saúde física e mental.

As prevalências de obesidade na infância crescem rapidamente, tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento. Pesquisas realizadas em diferentes países tem demostrado que a obesidade infantil já é um sério problema de saúde pública, devido a essa estar associada a uma série de outras patologias, tais como as doenças cardiovasculares (DCV).

Segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS (2013), em 2010, quase 43 milhões de crianças menores de cinco anos estavam acima do peso. Tendências globais da obesidade infantil apontam grandes mudanças nos últimos anos. Estudos realizados em 144 países (em 2010) sugerem que 43 milhões de crianças pré-escolares (35 milhões nos países em desenvolvimento), estão com sobrepeso ou obesidade e 92 milhões estão em risco de sobrepeso (RAJ, 2011).

No Brasil existem diversos trabalhos que tem dado ênfase ao tema da obesidade na infância. Alguns dados coletados na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF – 2008/2009), que foi realizada através de uma parceria entre o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Ministério da Saúde apontam que o excesso de peso é encontrado, com maior frequência, a partir dos 5 anos de idade, em todos os grupos de renda e em todas as regiões brasileiras. Em 2008, o excesso de peso atingia, pelo menos, 33,5% das crianças com idade entre cinco e nove anos, sendo que 16,6% deste total eram meninos e 11,8%  meninas (IBGE, 2017). Dois estudos recentes realizados em Caxias do Sul, apontaram que mais do que ¼ dos estudantes apresentam obesidade ou sobrepeso. (RECH et al., 2010; RECH et al., 2013). As diversas culturas, representadas pelas diferentes regiões do  país, podem apoiar a teoria das diferentes prevalências de obesidade e sobrepeso apresentadas. Esse fato justifica que estudos sobre o tema em diferentes cidades brasileiras sejam realizados periodicamente.

Os principais fatores associados ao excesso de peso em crianças e adolescentes são os hábitos alimentares inadequados e a falta de atividade física diária. Também podemos citar como fatores importantes as questões genéticas, a obesidade dos pais, o tempo diário em hábitos sedentários (televisão, videogame, computador, celular…) e o tempo de amamentação.

Os escolares com obesidade podem apresentar algumas complicações já nesta fase da juventude, que podem ser desde complicações psicológicas como baixa autoestima, e insatisfação com a imagem corporal até complicações biológicas como dislipidemias, diabetes, síndrome metabólica, hipertensão arterial e outras DCV. Algumas destas doenças, há alguns anos atrás, eram patologias de adultos ou idosos e nos dias atuais atingem um grande número de crianças e adolescentes.

            Mas como podemos avaliar a obesidade infantil? Os métodos mais práticos para a avaliação da obesidade infantil (ou do estado nutricional) são os indicadores antropométricos de obesidade e sobrepeso. Os indicadores mais utilizados são o índice de massa corporal (IMC), a circunferência da cintura e as medidas das dobras cutâneas. A seguir apresentaremos como avaliar a obesidade infantil através do IMC.

O IMC avalia a obesidade de uma forma global. Para adultos é estabelecida uma classificação uniforme, tanto para homens como para mulheres. Já para crianças e adolescentes as propostas mais utilizadas são os pontos de corte para sexo e idade.  A fórmula do IMC é: IMC= PESO/(ALTURA)2

Para avaliar a massa corporal total (peso), usa-se uma balança digital ou antropométrica. Deve-se pesar o avaliado com roupas leves (uma calça de abrigo, uma camiseta e, no máximo, uma blusa) e sem calçados. Em regiões onde faz muito frio, as avaliações de peso em períodos de inverno exigem uma sala que não seja muito fria.

Para avaliar a estatura (altura), pode-se utilizar um estadiômetro (ou montar um em uma parede) e um esquadro. Primeiramente, deve-se posicionar o avaliado com os pés juntos e encostando os calcanhares na parede. Depois, deve-se colocar o avaliado em uma posição ereta e encostar o esquadro em sua cabeça. A seguir, pede-se ao avaliado que se retire e efetua-se a leitura da medida. Com o peso e a altura medidos, jogam-se os dados obtidos na fórmula do IMC e após classificamos os estudantes conforme a tabela abaixo (GIESEL E TRENTIN, 2017).

Com o IMC calculado, usa-se a tabela de Conde e Monteiro (2006; Tabela 1). Por exemplo, um menino de 11 anos com IMC = 18. Com esse dado, confere-se onde a linha da idade do menino (11 anos) se cruza com a coluna do sexo (meninos) e verifica-se a classificação. Então, ele é classificado como estando com peso adequado.

 

Tabela 1 Pontos de corte para baixo peso, sobrepeso e obesidade pelo IMC

 

Meninos

Meninas

Idade

(anos)

Baixo peso

Peso adequado

Sobrepeso

Obesidade

Baixo peso

Peso adequado

Sobrepeso

Obesidade

5

13,28

13,281

17,77

20,85

13,37

13,371

17,07

19,16

6

13,09

13,091

17,73

21,19

13,21

13,211

17,07

19,37

7

12,96

12,961

17,87

21,83

13,10

13,101

17,20

19,81

8

12,91

12,911

18,16

22,69

13,07

13,071

17,49

20,44

9

12,95

12,951

18,57

23,67

13,16

13,161

17,96

21,28

10

13,09

13,091

19,09

24,67

13,40

13,401

18,63

22,32

11

13,32

13,321

19,68

25,58

13,81

13,811

19,51

23,54

12

13,63

13,631

20,32

26,36

14,37

14,371

20,55

24,89

13

14,02

14,021

20,99

26,99

15,03

15,031

21,69

26,25

14

14,49

14,491

21,66

27,51

15,72

15,721

22,79

27,50

15

15,01

15,011

22,33

27,95

16,35

16,351

23,73

28,51

16

15,58

15,581

22,96

28,34

16,87

16,871

24,41

29,20

17

16,15

16,151

23,56

28,71

17,22

17,221

24,81

29,56

Fonte: Extraída de Conde e Monteiro (2006).

 

 

Insatisfação com a Imagem Corporal

 

A imagem corporal (IC) pode ser definida como a figuração do próprio corpo formada e estruturada na mente do indivíduo, ou seja, a maneira pela qual o corpo se apresenta para si próprio, fato que torna a IC um importante componente da identidade pessoal. Vários fatores acabam por influenciar o processo de formação da imagem corporal e, dentre eles, estão os meios de comunicação e a mídia (COELHO e FAGUNDES, 2007). Dentre os significados construídos pela mídia, existem determinados padrões de estética corporal que são largamente difundidos, assim como um interesse crescente do culto ao corpo.

O padrão de beleza, difundido pela sociedade, faz com que homens e mulheres almejem corpos com características diferentes: os homens querem um corpo mais forte, volumoso e com baixo percentual de gordura; já as mulheres buscam um corpo magro e menos volumoso. Essa procura intensa pela imagem corporal atraente e por dimensões como resultado da internalização de padrões irreais de beleza que causam um excesso de preocupação com a aparência ou a insatisfação com a IC (MANTOVANI et al., 2009).

Sabbah et al. (2009) obtiveram dados de crianças e adolescentes de 35 países e apresentaram resultados interessantes. A insatisfação com a IC foi mais prevalente em meninas, em adolescentes acima do peso e nos adolescentes mais velhos. A dificuldade de comunicação com a figura paterna (relatada pela/o criança/adolescente) apresentou associação estatística significante com a insatisfação com a IC. Triches e Giugliani (2007) avaliaram uma população de escolares de duas cidades do interior do Rio Grande do Sul e encontraram 63,9% de escolares insatisfeitos com sua IC. Estudo realizado com escolares de ensino médio, na cidade de Maringá (Paraná), encontrou 66,1% de meninas e 18,6% de meninos insatisfeitos com a IC (SOUZA-KANESHIMA, 2006).

Dentre os fatores que se encontram associados à insatisfação com a IC, é possível citar o peso corporal, índice de massa corporal, sexo e o comportamento alimentar.

Dentre as complicações resultantes da presença de insatisfação com a IC estão a baixa autoestima, auto percepção distorcida da IC e os transtornos alimentares (como a anorexia e a bulimia nervosa).

Como avaliar a Insatisfação com a Imagem Corporal em Escolares?

            Um instrumento bastante utilizado para avaliar a Insatisfação com a Imagem Corporal é a Escala de Nove Silhuetas (Children’s Figure Rating Scale; Figura 1) que foi proposta por Tiggerman e Wilson-Barret (1998). Essa escala contém nove silhuetas numeradas, com extremos de magreza e gordura e altura estável. Ela é apresentada separadamente, segundo o sexo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Figura 1 Escala de Nove Silhuetas (Children’s Figure Rating Scale).

Fonte: Tiggerman e Wilson-Barret (1998).

 

Para utilizar a Escala de Nove Silhuetas, o escolar deve responder a duas questões abaixo:

 

1.      Com qual dos desenhos tu mais te pareces (a figura compatível com teu tamanho)?”;

2.      “Com qual dos desenhos tu mais gostarias de te parecer (o tamanho ideal para ti)?”.

 

O grau de insatisfação com o corpo é dado pela diferença entre as figuras real e ideal, sendo que os valores podem variar de -8 a 8. Por exemplo, se a criança respondeu “4” na primeira questão e “4” na segunda (4 - 4 = 0), significa que ela está satisfeita com a sua IC. Entretanto, se ela respondeu “6” na primeira questão e “4” na segunda (6 - 4 = 2), a criança apresenta algum grau de insatisfação com a sua IC e, portanto, está insatisfeita. Portanto, nessa escala, um grau diferente de zero sugere que a criança esteja insatisfeita com seu corpo (graus positivos indicam que a criança deseja um corpo menor) (GIESEL E TRENTIN, 2017).

 

Exercício Físico e a Qualidade de Vida

 

             A Educação Física tem papel fundamental e pode proporcionar aos praticantes uma saúde não só física como também psicológica. Muitos dos exercícios praticados estimulam a produção de endorfina, um hormônio responsável por dar prazer ao praticante. Além disso, previne a musculatura e a mente. A prática regular de exercícios também reduz o nível de colesterol e auxilia na prevenção de muitas outras doenças ligadas ao sedentarismo.

              Com isso a prática regular de exercícios físicos é acompanhada de muitos benefícios que se manifestam sob todos os aspectos do organismo, melhorando a questão músculo esquelética e também auxilia na melhora da força, do tônus muscular e da flexibilidade, além do fortalecimento dos ossos e das articulações. No caso das crianças pode ajudar no desenvolvimento das habilidades psicomotoras.

            Antes de dar continuidade ao assunto introduzido neste capítulo, faz-se necessário conceituar exercício físico, atividade física e sedentarismo, para isso recorre-se a Rech e Frank (2017) conforme o quadro 1 abaixo:

 

Quadro 1 – Conceituação de termos

Termo

Conceito

Exemplo

Atividade Física

Qualquer movimento realizado pelo sistema musculoesquelético que gere um gasto energético maior do que o gasto de repouso.

Ir até a padaria a pé

Exercício Físico

Modalidade de atividade física que tem um objetivo específico (relacionado com os componentes da aptidão física) e é regular (sistemático).

Frequentar academia de musculação regularmente, duas vezes por semana.

Sedentarismo

Falta ou diminuição dos níveis de atividade física.

Ficar assistindo à televisão por longos períodos.

 

            Os mesmos autores apontam que apesar do reconhecimento quanto à importância das atividades físicas para a prevenção de doenças e melhoria da qualidade de vida, todos os grupos populacionais têm mostrado níveis insuficientes de prática. Após apresentada a referida conceituação, direciona-se o olhar para aptidão física que é uma série de atributos relacionados à saúde ou habilidades motoras (RECH E FRANK, 2017). É de suma importância desenvolver a aptidão física em crianças e adolescentes para que estes adquiram hábitos saudáveis e um estilo de vida apropriado.

             Para Glaner (2002) a aptidão física tem sido definida como atributo biológico relacionado à capacidade de realizar movimento especifico, mas necessitando de orientações e planejamento adequado para que se tenha resultados significativos.

             Os benefícios à saúde podem ser provenientes de prática de atividades físicas adequadas a cada faixa etária. Reforçando a discussão, apoia-se em Guiselini (2006), que diz que “o termo atividade física é caracterizado por qualquer tipo de movimento corporal, causado por uma contração muscular”. A atividade física regular traz resultados positivos na diminuição de diversas doenças particularmente entre os idosos, que aliados com uma boa alimentação tem resultados ainda melhores (MOTA; RIBEIRO; CARVALHO, 2006).

              Vivemos em uma sociedade que almeja estar de bem com a saúde e a prática da atividade física torna-se mais comum na sociedade por ser reconhecida por muitos profissionais da área da saúde como um meio de prevenção de diversas patologias.               Bompa (2001) diz que os benefícios psicológicos estão relacionados com a melhora da autoestima, diminuição da ansiedade, estresse e socialização. É relevante citar, que há também a utilização da atividade física regular para combater ou prevenir a obesidade, diabetes, osteoporose e diversas outras. (SHEPHARD, 1995). A prática de atividades físicas está relacionada a um conjunto de aspectos comportamentais e ambientais, determinantes para o bem-estar do indivíduo e refletem na qualidade de vida. Shephard (1995), afirma que “fatores como o funcionamento físico, social, cognitivo e emocional, e a produtividade pessoal podem influenciar a qualidade de vida de um indivíduo”.

            Com a agitação da vida moderna e com os compromissos das famílias, as crianças e adolescentes acabam passando grande parte do tempo na escola. Neste contexto estas crianças e adolescentes acabam recebendo uma gama muito grande de influências, sejam elas positivas ou negativas, portanto no que diz respeito à prática de atividades físicas, o professor de educação física tem papel fundamental para estimular seus alunos a adquirir hábitos de vida saudáveis. Rech e Frank (2017) destacam que em qualquer idade, o ponto principal é aumentar os níveis de atividade física ou exercícios físicos. A atividades físicas em geral são bastante importantes, mas o que realmente muda a aptidão física é o exercício físico regular.

 

 

METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO DAS TAREFAS DE AULA

 

            A estratégia para a ação docente presente neste capítulo são as avaliações do estado nutricional, através das medidas de peso e estatura (gerando o índice de massa corporal - IMC) e avaliação da insatisfação com a imagem corporal através da escala de 9 silhuetas. Conforme está explicado no Referencial Teórico.

            Além das avaliações, são propostas algumas questões chave, onde o professor poderá desenvolver suas aulas.

 

Sugestões de Atividades

 

Sexto Ano

 

-          Avaliação de peso e altura no início e final do ano letivo;

-          Classificação do estado nutricional conforme tabela;

-          Trabalhar com os alunos a classificação (baixo peso, peso adequado, sobrepeso, obesidade) de cada um, e no final do ano a evolução do peso, altura e IMC;

-          Avaliação da insatisfação da imagem corporal conforme escala de 9 silhuetas;

-          Diferenciar os termos atividade física, exercício físico e sedentarismo;

-          Verificar com os alunos quais são suas atividades físicas preferenciais em casa e nas aulas de Educação Física.

 

 

Sétimo Ano

 

-          Avaliação de peso e altura no início e final do ano letivo;

-          Classificação do estado nutricional conforme tabela;

-          Trabalhar com os alunos a classificação (baixo peso, peso adequado, sobrepeso, obesidade) de cada um, e no final do ano a evolução do peso, altura e IMC;

-          Trabalhar com os alunos os fatores associados ao excesso de peso: alimentação saudável e prática de exercícios físicos. Quais são os alimentos saudáveis e não saudáveis que o aluno conhece? Discutir com eles a respeito dos alimentos que eles citam;

-          Avaliação da insatisfação da imagem corporal conforme escala de 9 silhuetas;

-          Verificar com este levantamento, quem são os insatisfeitos e qual o grau de insatisfação (através da diferença entre as duas figuras das 9 silhuetas). Estudantes com graus maiores do que 2 pontos devem ter a atenção dos professores. Neste levantamento, ser o mais discreto possível para não gerar constrangimentos dos alunos perante a turma;

-          Diferenciar os termos atividade física, exercício físico e sedentarismo. Após solicitar uma lista de atividades físicas e exercícios que os alunos realizam. Discutir com eles quais são atividades físicas e quais são exercícios;

-          Quais os benefícios de se ter uma vida fisicamente ativa?

 

Oitavo Ano

-          Avaliação de peso e altura no início e final do ano letivo;

-          Classificação do estado nutricional conforme tabela;

-          Trabalhar com os alunos a classificação (baixo peso, peso adequado, sobrepeso, obesidade) de cada um, e no final do ano a evolução do peso, altura e IMC;

-          Trabalhar com os alunos os fatores associados ao excesso de peso: obesidade dos pais (pedir para os alunos investigarem em casa qual o peso e altura dos pais e depois, em aula, trabalhar o IMC dos pais e classificar os mesmos conforme a tabela da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) (http://www.abeso.org.br/pdf/diretrizes_brasileiras_obesidade_2009_2010_1.pdf);

-          Após definir o estado nutricional dos pais, discutir com os alunos sobre os hábitos de alimentação e atividade física dos pais. Normalmente, estes hábitos são repassados para os filhos;

-          Avaliação da insatisfação da imagem corporal conforme escala de 9 silhuetas;

-          Após a avaliação, verificar quais dos estudantes não gostam de seus corpos e porque motivo. Após este passo, reforçar a importância de termos um corpo saudável e não necessariamente um corpo que a sociedade impõe como bonito;

-          Diferenciar os termos atividade física, exercício físico e sedentarismo. Após solicitar uma lista de atividades físicas e exercícios que os alunos realizam. Discutir com eles quais são atividades físicas e quais são exercícios;

-          Pedir a eles se os pais realizam exercícios.

 

 

Nono Ano

-          Avaliação de peso e altura no início e final do ano letivo;

-          Classificação do estado nutricional conforme tabela;

-          Trabalhar com os alunos a classificação (baixo peso, peso adequado, sobrepeso, obesidade) de cada um, e no final do ano a evolução do peso, altura e IMC;

-          Trabalhar com os alunos as complicações da obesidade: diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares em geral. Pedir para que façam um levantamento familiar a respeito destas doenças e se estas pessoas que tinham estas patologias em algum momento estavam acima do peso. Após o levantamento, conceituar brevemente cada uma destas doenças e ressaltar que a obesidade e o sedentarismo são os principais fatores ambientais destas doenças;

-          Avaliação da insatisfação da imagem corporal conforme escala de 9 silhuetas;

-          Após o levantamento, verificar de maneira confidencial (sem exposição), quais são os alunos que apresentam algum comportamento alimentar inadequado que possa apresentar indícios de transtornos alimentares (anorexia e bulimia nervosa). Nesta fase da adolescência (13 aos 16 anos) é a fase onde surgem estes transtornos que são de difícil tratamento e podem levar a morte. Identificado algum escolar com o possível transtorno, este deve ser encaminhado para os serviços de saúde do município;

-          Diferenciar os termos atividade física, exercício físico e sedentarismo. Após solicitar uma lista de atividades físicas e exercícios que os alunos realizam. Discutir com eles quais são atividades físicas e quais são exercícios;

-          Pedir a eles se os pais realizam exercícios e se estimulam, ou facilitam que os filhos realizem algum tipo de exercício.

 

 

Para estes 3 temas (obesidade, imagem corporal e sedentarismo) a principal função do professor, independente da área de formação, é identificar escolares em situações de risco, orientar os mesmos em relação aos fatores associados e possíveis complicações, e sempre, mas sempre mesmo, dar o encaminhamento subsequente (que na maioria das vezes é o encaminhamento para a atenção básica a saúde). O professor não precisa ser um especialista no tema, mas é sua obrigação estar atento a questões que os alunos possam apresentar, e principalmente se estas questões podem interferir no desempenho escolar do estudante.

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

BOMPA, Tudor O. Periodização: teoria e metodologia do treinamento. São Paulo. Phorte Ed. 2001

 

COELHO, Elijane Jesus Nantes; FAGUNDES, Tamir Freitas. Imagem Corporal de Mulheres de Diferentes Classes Econômicas. Motriz, v.13, n.2, p.37-43, 2007. 

 

CONDE, Wolney L; MONTEIRO, Carlos A. Body mass index cutoff points for evaluation of nutritional status in Brazilian children and adolescents. Jornal de Pediatria, v. 82, n. 4, p. 266-72, 2006.

 

GIESEL, Vivian Treichel; TRENTIN, Daiane Toigo. Fundamentos da saúde para cursos técnicos. Porto Alegre: Artmed, 2017.

 

GLANER, Maria Fátima. Crescimento físico e aptidão física relacionada a saúde em adolescentes rurais e urbanos. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Santa Maria. 2002. 

 

GUISELINI, Mauro, Aptidão física, saúde e bem-esta: fundamentos teóricos e exercícios práticos. São Paulo. Phorte Ed.. 2006

 

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - Pesquisa de orçamentos familiares (POF) 2008-2009. Disponível em: http://www.portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/pof_2008_2009_encaa.pdf. Acesso em 20/06/2017.

 

KAK, Gilberto; SICHIERI, Roseli; GIGANTE, Denise P. Epidemiologia nutricional. Rio de Janeiro: Fiocruz/Atheneu, 2007.

 

MANTOVANI, Bruno et al. Nível de satisfação com a imagem corporal de universitários. Efdeportes, v. 14, n. 132, 1-1, 2009. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd132/nivel-de-satisfacao-com-a-imagem-corporal.htm. Acesso em 14 de agosto de 2013.

 

MOTA, Jorge, RIBEIRO, José L., CARVALHO, Joana, Atividade física e qualidade de vida associada à saúde em idosos participantes e não participantes em programas regulares de atividade física. Revista Brasileira de Educação Física. São Paulo. 2006.

 

SOUZA-KANESHIMA, Alice Maria de. et al. Identificação de Distúribios da Imagem Corporal e Comportamentos Favoráveis ao Desenvolvimento da Bulimia Nervosa em Adolescentes de uma Escola Pública do Ensino Médio de Maringá, Estado do Paraná. Acta Scientiarum Technology, v. 30, n. 2, p. 167-173, 2008.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Obesidade e Sobrepeso. Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs311/en/index.html. Acesso em: 25/03/2013.

 

RAJ, M. Obesity and cardiovascular risk in children and adolescents. Indian Journal of Endocrinology Metabolism, v. 16, n. 1, p. 13-19, 2012.

 

RECH, Ricardo Rodrigo et al.  Prevalência de obesidade em escolares de 7 a 12 anos de uma cidade Serrana do RS, Brasil. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano; v. 12, n. 2, p. 90-97, 2010.

 

RECH, Ricardo Rodrigo et al. Prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares de 8 a 15 
anos de idade, em escolas públicas municipais de uma cidade serrana do sul do Brasil. Efdeportes, v. 17, n. 178, p. 1-1, 2013. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd178/sobrepeso-e-obesidade-em-escolares-de-8-a-15.htm>. Acesso em 05 de abril de 2013.

 

RECH, Ricardo Rodrigo. Frank Tiago José. Medidas em Saúde: in GIESEL, Vivian Treichel; TRENTIN, Daiane Toigo. Fundamentos da saúde para cursos técnicos. Porto Alegre: Artmed, 2017.

 

 

SABBAH, H. A. et al. Body weight dissatisfaction and communication with parents among adolescents in 24 countries: international cross-sectional survey. BMC Public Health, v. 9, n. 52, p. 1-10, 2009.

 

SHEPHARD, Roy J. Physical activity, fitness and healt: the current consensus. Quest. 1996

 

SOUZA-KANESHIMA, Alice Maria. Ocorrência de anorexia nervosa e distúrbio de imagem corporal em estudantes do ensino médio de uma escola da rede pública da cidade de Maringá, Estado do Paraná. Acta Scientiarum Health Science,  v. 28, n. 2, p. 119-127, 2006.

 

TIGGEMAN, M.; WILSON-BARRET, E. Children’s figure ratings: relationship to self-steem and negative stereotyping. International Journal of Eating Disorders, v. 23, n. 3, p. 83-88, 1998.

 

TRICHES, R. M.; GIUGLIANI, E. R. J. Obesidade, práticas alimentares e conhecimentos de nutrição em escolares. Revista Saúde Pública, v. 39, n. 4, p. 541-547, 2005.

 

WILMORE, J. H.; COSTILL, D. L.; KENNEY, W. L. Fisiologia: do esporte e do exercício. 4.ed. São Paulo: Manole, 2010