SUSTENTABILIDADE
DO CORPO
Ricardo Rodrigo Rech
Mauro Amancio da Silva
INTRODUÇÃO
Neste
capítulo encontraremos 3 assuntos de extrema importância:
-
Obesidade
infantil, que vem aumentando de maneira epidêmica na população de escolares;
-
Imagem
corporal, que diz a respeito a como as nossas crianças veem a imagem de seus
corpos, e está diretamente relacionada com a autoestima;
-
Exercícios
físicos, que são fundamentais para a manutenção de um estilo de vida saudável.
OBJETIVOS
Os
objetivos deste capítulo são apresentar ao professor estratégias para avaliação
da obesidade e insatisfação com a imagem corporal em estudantes, bem como,
enfatizar a importância da prática de exercícios físicos para uma vida
saudável. Também serão apresentadas informações conceituais e de prevalência
destas 3 temáticas.
REFERENCIAL
TEÓRICO
Obesidade
Infantil
A
obesidade pode ser definida como excesso de gordura corporal e o sobrepeso como
o peso corporal que excede o normal, ou padrão, para determinado indivíduo (WILMORE,
COSTILL e KENNEY, 2010; KAC, SICHIERI e GIGANTE, 2007). Podemos dizer que os
indivíduos com obesidade ou sobrepeso apresentam excesso de peso corporal, e
este, pode trazer prejuízos a saúde física e mental.
As
prevalências de obesidade na infância crescem rapidamente, tanto em países
desenvolvidos como em desenvolvimento. Pesquisas realizadas em diferentes
países tem demostrado que a obesidade infantil já é um sério problema de saúde
pública, devido a essa estar associada a uma série de outras patologias, tais como
as doenças cardiovasculares (DCV).
Segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS (2013),
em 2010, quase 43 milhões de crianças menores de cinco anos estavam acima do
peso. Tendências globais da obesidade infantil apontam grandes mudanças nos
últimos anos. Estudos realizados em 144 países (em 2010) sugerem que 43 milhões
de crianças pré-escolares (35 milhões nos países em desenvolvimento), estão com
sobrepeso ou obesidade e 92 milhões estão em risco de sobrepeso (RAJ, 2011).
No Brasil existem
diversos trabalhos que tem dado ênfase ao tema da obesidade na infância. Alguns
dados coletados na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF – 2008/2009), que foi
realizada através de uma parceria entre o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) e o Ministério da Saúde apontam que o excesso de peso é
encontrado, com maior frequência, a partir dos 5 anos de idade, em todos os
grupos de renda e em todas as regiões brasileiras. Em 2008, o excesso de peso
atingia, pelo menos, 33,5% das crianças com idade entre cinco e nove anos,
sendo que 16,6% deste total eram meninos e 11,8% meninas (IBGE, 2017). Dois estudos recentes
realizados em Caxias do Sul, apontaram que mais do que ¼ dos estudantes
apresentam obesidade ou sobrepeso. (RECH et al., 2010; RECH et al., 2013). As
diversas culturas, representadas pelas diferentes regiões do país, podem apoiar a teoria das diferentes
prevalências de obesidade e sobrepeso apresentadas. Esse fato justifica que
estudos sobre o tema em diferentes cidades brasileiras sejam realizados
periodicamente.
Os principais fatores
associados ao excesso de peso em crianças e adolescentes são os hábitos
alimentares inadequados e a falta de atividade física diária. Também podemos
citar como fatores importantes as questões genéticas, a obesidade dos pais, o
tempo diário em hábitos sedentários (televisão, videogame, computador,
celular…) e o tempo de amamentação.
Os escolares com
obesidade podem apresentar algumas complicações já nesta fase da juventude, que
podem ser desde complicações psicológicas como baixa autoestima, e insatisfação
com a imagem corporal até complicações biológicas como dislipidemias, diabetes,
síndrome metabólica, hipertensão arterial e outras DCV. Algumas destas doenças,
há alguns anos atrás, eram patologias de adultos ou idosos e nos dias atuais
atingem um grande número de crianças e adolescentes.
Mas
como podemos avaliar a obesidade infantil? Os métodos mais práticos para a
avaliação da obesidade infantil (ou do estado nutricional) são os indicadores
antropométricos de obesidade e sobrepeso. Os indicadores mais utilizados são o
índice de massa corporal (IMC), a circunferência da cintura e as medidas das
dobras cutâneas. A seguir apresentaremos como avaliar a obesidade infantil
através do IMC.
O IMC avalia a obesidade de uma forma
global. Para adultos é estabelecida uma classificação uniforme, tanto para
homens como para mulheres. Já para crianças e adolescentes as propostas mais
utilizadas são os pontos de corte para sexo e idade. A fórmula do IMC é: IMC= PESO/(ALTURA)2
Para avaliar a massa corporal total
(peso), usa-se uma balança digital ou antropométrica. Deve-se pesar o avaliado
com roupas leves (uma calça de abrigo, uma camiseta e, no máximo, uma blusa) e
sem calçados. Em regiões onde faz muito frio, as avaliações de peso em períodos
de inverno exigem uma sala que não seja muito fria.
Para
avaliar a estatura (altura), pode-se utilizar um estadiômetro (ou montar um em
uma parede) e um esquadro. Primeiramente, deve-se posicionar o avaliado com os
pés juntos e encostando os calcanhares na parede. Depois, deve-se colocar o
avaliado em uma posição ereta e encostar o esquadro em sua cabeça. A seguir,
pede-se ao avaliado que se retire e efetua-se a leitura da medida. Com o peso e a altura medidos, jogam-se os
dados obtidos na fórmula do IMC e após classificamos os estudantes conforme a
tabela abaixo (GIESEL E TRENTIN, 2017).
Com
o IMC calculado, usa-se a tabela de Conde e Monteiro (2006; Tabela 1). Por
exemplo, um menino de 11 anos com IMC = 18. Com esse dado, confere-se onde a
linha da idade do menino (11 anos) se cruza com a coluna do sexo (meninos) e
verifica-se a classificação. Então, ele é classificado como estando com peso
adequado.
Tabela 1 Pontos de corte para
baixo peso, sobrepeso e obesidade pelo IMC
|
Meninos |
Meninas |
||||||
Idade (anos) |
Baixo peso |
Peso adequado |
Sobrepeso |
Obesidade |
Baixo peso |
Peso adequado |
Sobrepeso |
Obesidade |
5 |
13,28 |
13,281 |
17,77 |
20,85 |
13,37 |
13,371 |
17,07 |
19,16 |
6 |
13,09 |
13,091 |
17,73 |
21,19 |
13,21 |
13,211 |
17,07 |
19,37 |
7 |
12,96 |
12,961 |
17,87 |
21,83 |
13,10 |
13,101 |
17,20 |
19,81 |
8 |
12,91 |
12,911 |
18,16 |
22,69 |
13,07 |
13,071 |
17,49 |
20,44 |
9 |
12,95 |
12,951 |
18,57 |
23,67 |
13,16 |
13,161 |
17,96 |
21,28 |
10 |
13,09 |
13,091 |
19,09 |
24,67 |
13,40 |
13,401 |
18,63 |
22,32 |
11 |
13,32 |
13,321 |
19,68 |
25,58 |
13,81 |
13,811 |
19,51 |
23,54 |
12 |
13,63 |
13,631 |
20,32 |
26,36 |
14,37 |
14,371 |
20,55 |
24,89 |
13 |
14,02 |
14,021 |
20,99 |
26,99 |
15,03 |
15,031 |
21,69 |
26,25 |
14 |
14,49 |
14,491 |
21,66 |
27,51 |
15,72 |
15,721 |
22,79 |
27,50 |
15 |
15,01 |
15,011 |
22,33 |
27,95 |
16,35 |
16,351 |
23,73 |
28,51 |
16 |
15,58 |
15,581 |
22,96 |
28,34 |
16,87 |
16,871 |
24,41 |
29,20 |
17 |
16,15 |
16,151 |
23,56 |
28,71 |
17,22 |
17,221 |
24,81 |
29,56 |
Fonte: Extraída de Conde e Monteiro
(2006).
Insatisfação
com a Imagem Corporal
A
imagem corporal (IC) pode ser definida como a figuração do próprio corpo
formada e estruturada na mente do indivíduo, ou seja, a maneira pela qual o
corpo se apresenta para si próprio, fato que torna a IC um importante
componente da identidade pessoal. Vários fatores acabam por influenciar o
processo de formação da imagem corporal e, dentre eles, estão os meios de
comunicação e a mídia (COELHO e FAGUNDES, 2007). Dentre os significados
construídos pela mídia, existem determinados padrões de estética corporal que
são largamente difundidos, assim como um interesse crescente do culto ao corpo.
O
padrão de beleza, difundido pela sociedade, faz com que homens e mulheres
almejem corpos com características diferentes: os homens querem um corpo mais
forte, volumoso e com baixo percentual de gordura; já as mulheres buscam um
corpo magro e menos volumoso. Essa procura intensa pela imagem corporal atraente
e por dimensões como resultado da internalização de padrões irreais de beleza
que causam um excesso de preocupação com a aparência ou a insatisfação com a IC
(MANTOVANI et al., 2009).
Sabbah
et al. (2009) obtiveram dados de crianças e adolescentes de 35 países e
apresentaram resultados interessantes. A insatisfação com a IC foi mais
prevalente em meninas, em adolescentes acima do peso e nos adolescentes mais
velhos. A dificuldade de comunicação com a figura paterna (relatada pela/o
criança/adolescente) apresentou associação estatística significante com a
insatisfação com a IC. Triches e Giugliani (2007) avaliaram uma população de
escolares de duas cidades do interior do Rio Grande do Sul e encontraram 63,9%
de escolares insatisfeitos com sua IC. Estudo realizado com escolares de ensino
médio, na cidade de Maringá (Paraná), encontrou 66,1% de meninas e 18,6% de
meninos insatisfeitos com a IC (SOUZA-KANESHIMA, 2006).
Dentre
os fatores que se encontram associados à insatisfação com a IC, é possível
citar o peso corporal, índice de massa corporal, sexo e o comportamento
alimentar.
Dentre as
complicações resultantes da presença de insatisfação com a IC estão a baixa
autoestima, auto percepção distorcida da IC e os transtornos alimentares (como
a anorexia e a bulimia nervosa).
Como
avaliar a Insatisfação com a Imagem Corporal em Escolares?
Um
instrumento bastante utilizado para avaliar a Insatisfação com a Imagem
Corporal é a Escala de Nove Silhuetas (Children’s Figure Rating
Scale; Figura 1) que foi proposta
por Tiggerman e Wilson-Barret (1998). Essa escala contém nove silhuetas
numeradas, com extremos de magreza e gordura e altura estável. Ela é
apresentada separadamente, segundo o sexo.
Figura 1 Escala de Nove
Silhuetas (Children’s Figure Rating Scale).
Fonte: Tiggerman e Wilson-Barret (1998).
Para
utilizar a Escala de Nove Silhuetas, o escolar deve responder a duas questões
abaixo:
1. “Com qual dos desenhos tu mais te pareces (a figura compatível com teu
tamanho)?”;
2. “Com qual dos desenhos tu mais gostarias de te parecer (o tamanho ideal
para ti)?”.
O grau de insatisfação com o corpo é dado pela
diferença entre as figuras real e ideal, sendo que os valores podem variar de
-8 a 8. Por exemplo, se a criança respondeu “4” na primeira questão e “4” na segunda
(4 - 4 = 0), significa que ela está satisfeita com a sua IC. Entretanto, se ela
respondeu “6” na primeira questão e “4” na segunda (6 - 4 = 2), a criança
apresenta algum grau de insatisfação com a sua IC e, portanto, está
insatisfeita. Portanto, nessa escala, um grau diferente de zero sugere que a
criança esteja insatisfeita com seu corpo (graus positivos indicam que a criança
deseja um corpo menor) (GIESEL
E TRENTIN, 2017).
Exercício
Físico e a Qualidade de Vida
A Educação Física tem papel
fundamental e pode proporcionar aos praticantes uma saúde não só física como
também psicológica. Muitos dos exercícios praticados estimulam a produção de
endorfina, um hormônio responsável por dar prazer ao praticante. Além disso,
previne a musculatura e a mente. A prática regular de exercícios também reduz o
nível de colesterol e auxilia na prevenção de muitas outras doenças ligadas ao
sedentarismo.
Com isso a
prática regular de exercícios físicos é acompanhada de muitos benefícios que se
manifestam sob todos os aspectos do organismo, melhorando a questão músculo
esquelética e também auxilia na melhora da força, do tônus muscular e da
flexibilidade, além do fortalecimento dos ossos e das articulações. No caso das
crianças pode ajudar no desenvolvimento das habilidades psicomotoras.
Antes de dar continuidade ao assunto
introduzido neste capítulo, faz-se necessário conceituar exercício físico,
atividade física e sedentarismo, para isso recorre-se a Rech e Frank (2017)
conforme o quadro 1 abaixo:
Quadro 1 –
Conceituação de termos
Termo |
Conceito |
Exemplo |
Atividade
Física |
Qualquer
movimento realizado pelo sistema musculoesquelético que gere um gasto
energético maior do que o gasto de repouso. |
Ir
até a padaria a pé |
Exercício
Físico |
Modalidade
de atividade física que tem um objetivo específico (relacionado com os
componentes da aptidão física) e é regular (sistemático). |
Frequentar
academia de musculação regularmente, duas vezes por semana. |
Sedentarismo |
Falta
ou diminuição dos níveis de atividade física. |
Ficar
assistindo à televisão por longos períodos. |
Os mesmos autores apontam que apesar
do reconhecimento quanto à importância das atividades físicas para a prevenção
de doenças e melhoria da qualidade de vida, todos os grupos populacionais têm
mostrado níveis insuficientes de prática. Após apresentada a referida
conceituação, direciona-se o olhar para aptidão física que é uma série de
atributos relacionados à saúde ou habilidades motoras (RECH E FRANK, 2017). É
de suma importância desenvolver a aptidão física em crianças e adolescentes
para que estes adquiram hábitos saudáveis e um estilo de vida apropriado.
Para Glaner (2002) a aptidão
física tem sido definida como atributo biológico relacionado à capacidade de
realizar movimento especifico, mas necessitando de orientações e planejamento
adequado para que se tenha resultados significativos.
Os benefícios à saúde podem ser
provenientes de prática de atividades físicas adequadas a cada faixa etária.
Reforçando a discussão, apoia-se em Guiselini (2006), que diz que “o termo
atividade física é caracterizado por qualquer tipo de movimento corporal,
causado por uma contração muscular”. A atividade física regular traz resultados
positivos na diminuição de diversas doenças particularmente entre os idosos,
que aliados com uma boa alimentação tem resultados ainda melhores (MOTA;
RIBEIRO; CARVALHO, 2006).
Vivemos em uma sociedade que
almeja estar de bem com a saúde e a prática da atividade física torna-se mais
comum na sociedade por ser reconhecida por muitos profissionais da área da
saúde como um meio de prevenção de diversas patologias. Bompa (2001) diz que os
benefícios psicológicos estão relacionados com a melhora da autoestima,
diminuição da ansiedade, estresse e socialização. É relevante citar, que há
também a utilização da atividade física regular para combater ou prevenir a
obesidade, diabetes, osteoporose e diversas outras. (SHEPHARD, 1995). A prática
de atividades físicas está relacionada a um conjunto de aspectos
comportamentais e ambientais, determinantes para o bem-estar do indivíduo e
refletem na qualidade de vida. Shephard (1995), afirma que “fatores como o
funcionamento físico, social, cognitivo e emocional, e a produtividade pessoal
podem influenciar a qualidade de vida de um indivíduo”.
Com a agitação da vida moderna e com
os compromissos das famílias, as crianças e adolescentes acabam passando grande
parte do tempo na escola. Neste contexto estas crianças e adolescentes acabam
recebendo uma gama muito grande de influências, sejam elas positivas ou
negativas, portanto no que diz respeito à prática de atividades físicas, o
professor de educação física tem papel fundamental para estimular seus alunos a
adquirir hábitos de vida saudáveis. Rech e Frank (2017) destacam que em
qualquer idade, o ponto principal é aumentar os níveis de atividade física ou
exercícios físicos. A atividades físicas em geral são bastante importantes, mas
o que realmente muda a aptidão física é o exercício físico regular.
METODOLOGIA
E DESENVOLVIMENTO DAS TAREFAS DE AULA
A
estratégia para a ação docente presente neste capítulo são as avaliações do
estado nutricional, através das medidas de peso e estatura (gerando o índice de
massa corporal - IMC) e avaliação da insatisfação com a imagem corporal através
da escala de 9 silhuetas. Conforme está explicado no Referencial Teórico.
Além
das avaliações, são propostas algumas questões chave, onde o professor poderá
desenvolver suas aulas.
Sugestões
de Atividades
Sexto
Ano
-
Avaliação
de peso e altura no início e final do ano letivo;
-
Classificação
do estado nutricional conforme tabela;
-
Trabalhar
com os alunos a classificação (baixo peso, peso adequado, sobrepeso, obesidade)
de cada um, e no final do ano a evolução do peso, altura e IMC;
-
Avaliação
da insatisfação da imagem corporal conforme escala de 9 silhuetas;
-
Diferenciar
os termos atividade física, exercício físico e sedentarismo;
-
Verificar
com os alunos quais são suas atividades físicas preferenciais em casa e nas
aulas de Educação Física.
Sétimo
Ano
-
Avaliação
de peso e altura no início e final do ano letivo;
-
Classificação
do estado nutricional conforme tabela;
-
Trabalhar
com os alunos a classificação (baixo peso, peso adequado, sobrepeso, obesidade)
de cada um, e no final do ano a evolução do peso, altura e IMC;
-
Trabalhar
com os alunos os fatores associados ao excesso de peso: alimentação saudável e
prática de exercícios físicos. Quais são os alimentos saudáveis e não saudáveis
que o aluno conhece? Discutir com eles a respeito dos alimentos que eles citam;
-
Avaliação
da insatisfação da imagem corporal conforme escala de 9 silhuetas;
-
Verificar
com este levantamento, quem são os insatisfeitos e qual o grau de insatisfação
(através da diferença entre as duas figuras das 9 silhuetas). Estudantes com
graus maiores do que 2 pontos devem ter a atenção dos professores. Neste
levantamento, ser o mais discreto possível para não gerar constrangimentos dos
alunos perante a turma;
-
Diferenciar
os termos atividade física, exercício físico e sedentarismo. Após solicitar uma
lista de atividades físicas e exercícios que os alunos realizam. Discutir com
eles quais são atividades físicas e quais são exercícios;
-
Quais
os benefícios de se ter uma vida fisicamente ativa?
Oitavo
Ano
-
Avaliação
de peso e altura no início e final do ano letivo;
-
Classificação
do estado nutricional conforme tabela;
-
Trabalhar
com os alunos a classificação (baixo peso, peso adequado, sobrepeso, obesidade)
de cada um, e no final do ano a evolução do peso, altura e IMC;
-
Trabalhar
com os alunos os fatores associados ao excesso de peso: obesidade dos pais
(pedir para os alunos investigarem em casa qual o peso e altura dos pais e
depois, em aula, trabalhar o IMC dos pais e classificar os mesmos conforme a
tabela da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica
(ABESO) (http://www.abeso.org.br/pdf/diretrizes_brasileiras_obesidade_2009_2010_1.pdf);
-
Após
definir o estado nutricional dos pais, discutir com os alunos sobre os hábitos
de alimentação e atividade física dos pais. Normalmente, estes hábitos são
repassados para os filhos;
-
Avaliação
da insatisfação da imagem corporal conforme escala de 9 silhuetas;
-
Após
a avaliação, verificar quais dos estudantes não gostam de seus corpos e porque
motivo. Após este passo, reforçar a importância de termos um corpo saudável e
não necessariamente um corpo que a sociedade impõe como bonito;
-
Diferenciar
os termos atividade física, exercício físico e sedentarismo. Após solicitar uma
lista de atividades físicas e exercícios que os alunos realizam. Discutir com
eles quais são atividades físicas e quais são exercícios;
-
Pedir
a eles se os pais realizam exercícios.
Nono
Ano
-
Avaliação
de peso e altura no início e final do ano letivo;
-
Classificação
do estado nutricional conforme tabela;
-
Trabalhar
com os alunos a classificação (baixo peso, peso adequado, sobrepeso, obesidade)
de cada um, e no final do ano a evolução do peso, altura e IMC;
-
Trabalhar
com os alunos as complicações da obesidade: diabetes, hipertensão e doenças
cardiovasculares em geral. Pedir para que façam um levantamento familiar a
respeito destas doenças e se estas pessoas que tinham estas patologias em algum
momento estavam acima do peso. Após o levantamento, conceituar brevemente cada
uma destas doenças e ressaltar que a obesidade e o sedentarismo são os
principais fatores ambientais destas doenças;
-
Avaliação
da insatisfação da imagem corporal conforme escala de 9 silhuetas;
-
Após
o levantamento, verificar de maneira confidencial (sem exposição), quais são os
alunos que apresentam algum comportamento alimentar inadequado que possa
apresentar indícios de transtornos alimentares (anorexia e bulimia nervosa).
Nesta fase da adolescência (13 aos 16 anos) é a fase onde surgem estes
transtornos que são de difícil tratamento e podem levar a morte. Identificado
algum escolar com o possível transtorno, este deve ser encaminhado para os
serviços de saúde do município;
-
Diferenciar
os termos atividade física, exercício físico e sedentarismo. Após solicitar uma
lista de atividades físicas e exercícios que os alunos realizam. Discutir com
eles quais são atividades físicas e quais são exercícios;
-
Pedir
a eles se os pais realizam exercícios e se estimulam, ou facilitam que os
filhos realizem algum tipo de exercício.
Para
estes 3 temas (obesidade, imagem corporal e sedentarismo) a principal função do
professor, independente da área de formação, é identificar escolares em
situações de risco, orientar os mesmos em relação aos fatores associados e
possíveis complicações, e sempre, mas sempre mesmo, dar o encaminhamento
subsequente (que na maioria das vezes é o encaminhamento para a atenção básica
a saúde). O professor não precisa ser um especialista no tema, mas é sua
obrigação estar atento a questões que os alunos possam apresentar, e
principalmente se estas questões podem interferir no desempenho escolar do
estudante.
REFERÊNCIAS
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